Conjunto de 2 documentários encomendados pelo IPHAN (Instituto do Patrimômio Histórico Nacional) dentro do processo de reconhecimento do "Teatro de Bonecos Popular do Nordeste" como Patrimõnio Cultural Imaterial do Brasil. “Bonequeiros do Nordeste” é um de longa-metragem com 65 minutos de duração; “Brincadeira de Bonecos” é um curta-metragem com 23 minutos.

Bonequeiros do Nordeste

Ficha técnica

roteiro/direção Rodrigo Savastano e Adriana Schneider produção Rodrigo Savastano fotografia e câmera Ricardo Romnão (PB), Alessandro do Amaral (RN), Victor de Melo (CE), Flávio Gusmão (PE) e Gabriel Çarunga (PE) captação sonora Pedro Diógenes (CE) e Guga S. Rocha (PE) montagem Daniel Santos e Rodrigo Savastano finalização Bernardo Neder edição de som/mixagem Ricardo Mansur

Brincadeira de BoneCos (Curta-metragem)

Ficha técnica

Roteiro/direção Rodrigo Savastano e Adriana Schneider produção Rodrigo Savastano fotografia e câmera Ricardo Romnão (PB), Alessandro do Amaral (RN), Victor de Melo (CE), Flávio Gusmão (PE) e Gabriel Çarunga (PE) captação sonora Pedro Diógenes (CE) e Guga S. Rocha (PE) montagem Daniel Santos e Rodrigo Savastano finalização Bernardo Neder edição de som/mixagem Ricardo Mansur

Da Agência Brasil

O Instituto do Patrimônio Histórico e ArtísticoNacional (Iphan) reconheceu hoje (5/3/2015) o Teatro de Bonecos Popular do Nordeste, mais conhecido como Mamulengo, como Patrimônio Cultural do Brasil. Com o reconhecimento, o Teatro de Bonecos passa a ter proteção institucional, o que garante salvaguarda desse bem cultural.

“Para os mestres que trabalham com essa prática, é como se da terra seca começasse a surgir a água que alimenta a alma e o trabalho. Além disso, dá uma visão ampla à sociedade que mexe com as políticas culturais”, disse a presidenta da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos, Ângela Escudeiro, responsável pelo pedido de reconhecimento.

A brincadeira começa com a montagem de uma espécie de barraca. Em seguida, os participantes ficam atrás da barraca e começa o espetáculo, com os bonecos em cena e a introdução de um texto poético. Além da narrativa, a peça contém elementos surpresa, muitas vezes sugeridos pelo mestre bonequeiro. Normalmente, as sugestões ocorrem a partir de conhecimento prévio sobre o público.

Conforme o Iphan, a prática carrega elementos fundamentais para a sustentabilidade da identidade e memória das regiões onde a brincadeira é mais forte, tornando-se referência cultural atualizada ao longo do tempo, mas mantendo relações de tradição, pertencimento e coletividade.

“O Teatro de Bonecos Popular do Nordeste não é um brinquedo ou um traço do folclore. Envolve, sobretudo, a produção de conhecimento criativo, artístico e com uma forte carga de representação teatral”, informou o Iphan.

A prática é mais forte no Maranhão e Ceará, onde é chamada de Cassimiro Coco. No Rio Grande do Norte, é conhecido como João Redondo e Calunga. Na Paraíba, é denominada Babau, enquanto em Pernambuco é chamada Mamulengo.

Para a professora e pesquisadora Isabela Brochado, também do grupo que requereu o reconhecimento dos bonecos, a decisão do Iphan é importante para manter viva a tradição. “A perda de acervo imaterial - elementos orais, técnicas de escultura ou pintura e dança - pode levar a um esvaziamento da identidade das comunidades”, observou.